terça-feira, 1 de novembro de 2011

Informe #5 - INSCRIÇÃO ENCERRADA

Informamos que estão ENCERRADAS as inscrições para o IV Seminário de Educação das Relações Raciais Afro-brasileiras.

Grato,

Equipe Neab.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Informe #4 - IV Seminário de Educação das Relações Raciais e Afro-brasileiras

INFORMAÇÕES GERAIS



Inscrições de trabalhos: até o dia 30/10

Inscrições como ouvinte: até o dia 30/10

Ficha de Inscrição: baixe aqui
(Orientação: clique na para "aqui" e abrirá uma nova página, onde você poderá fazer o download do arquivo)

As inscrições devem ser enviadas para o e-mail: seminarioneab@gmail.com

Mais informações sobre o IV Seminário de Educação das Relações Raciais e Afro-brasileiraso segue abaixo.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Informe #3 - IV Seminário de Educação das Relações Raciais e Afro-brasileiras


PROGRAMAÇÃO


Dia 08 de Novembro

18h: Cerimônia de Abertura (Auditório do CCJE)
Composição de mesa de autoridades

Palestra de abertura: Linguagens, Culturas e Politicas: A Efetivação da Lei 10639/2003 nos Contextos Educativos Brasileiros
Prof.º Dr. Hélio de Souza Santos - Salvador (BA)
Mediadora: Profª. Dra. Maria Aparecida do Santos Corrêa Barreto (PPGE-UFES)

Dia 09 de Novembro

08h às 09 h: Credenciamentos

09H às 11h: Palestras
1.  Auditório do Centro Tecnológico - CT1
                Afrobrasilidades e Mercado de Trabalho
                Palestrante: Maria Júlia Reis Nogueira - CUT(DF)/ FEJUNES
                Mediadores: Regina Vieira (FMNES/UNEGRO-ES) e Renata Beatriz da Costa (SEMAS/PMV)

2. Auditório do Centro de educação (IC-IV)
                A Literatura e a Estrela Negra: um olhar sobre Cabo Verde
                Palestrante: Profº Dejair Dionísio da Universidade de Cabo verde
                Meiadora: Profª. Ms. Patrícia Rufino (SEME/CEAFRO)

11h às 12h: Debate

14h: Palestra com o professor Henrique da Cunha da Universidade Federal do Ceará (UFC)

14h às 17h: Oficinas
- Oficina Moda Afro - Grupo  Odomodê (SEMAS/PMV)
- Oficina Grafitti - Grupo  Odomodê (SEMAS/PMV)
- Liberdade Religiosa e Enfrentamento à Intolerância (SEMCID/PMV)
- Arte Educação
- Propostas Pedagógicas para Educação Básica - SEME/CEAFRO/PMV
- Festa Populares

Dia 10 de Novembro

08h às 09h: Apresentação Cultural

09h às 11h: Palestras
3.  Auditório do Centro Tecnológico - CT1
                Possibilidades e Abordagens: religiões de matriz africana, currículo e ensino religioso
                Palestrantes: Profª. Elena Andrei (UEL-PR) e Júlio Pagotto (SEME/PMV)
                Mediador: Profº. Dr. Alex Sandro Rodrigues (UFES)

4. Auditório do Centro de Educação (IC-IV)
                Afrobrasilidades e Diáspora: língua, linguagens e religiosidade
                Palestrante: Vanda Vieira (SEMCID/PMV) e Profº. Dejair Dionísio Universidade Cabo Verde
                Mediador: Profº Osvaldo Martins Oliveira (UFES)

11h às 12h: Debate
14h às 17h:Comunicação Oral/Pôster Comentado (IC-IV)
Eixo 1: Cultura, Memória e Territorialidade
Eixo 2: A Dimensão Afro-brasilidade do Currículo
Eixo 3: Violência e Relações Etnicorraciais
Eixo 4:Perspectivas e Contextos da Efetivação da Lei 10.639/03
Eixo 5: Religiões de Matrizes Africanas
Eixo 6: Diversidade, Educação e Relações Etnicorraciais
Eixo 7: Arte e Educação Etnicorracial: Processos Artísticos e Culturais
Eixo 8: Saúde da População Negra
Eixo 9: Formação de Educadores na Perspectiva Etnicorracial

Informe #2 - IV Seminário de educação das Relações Raciais Afro-brasileiras


NORMAS PARA ENVIO DE TRABALHOS

A digitação dos trabalhos deve ser realizada em WORD, fonte Times New Roman, tamanho 12; papel tamanho A4; margem superior e inferior com 2,5 cm; margem esquerda e direita com 3 cm; espaçamento 1,5 cm entre linhas; alinhamento justificado; páginas numeradas a partir da segunda (no alto, à direita); título em maiúsculo/negrito com alinhamento centralizado; nome(s) do(s) autor(es) e instituição(ões) com alinhamento à direita.

Os resumos deverão conter de 1.500 a 2.000 caracteres com espaços, com até quatro (04) palavras-chave ao final, indicando a modalidade de apresentação do trabalho na ficha de inscrição: Comunicação Oral ou Pôster. 

Os resumos deverão ser digitados no formato WORD, fonte Times New Roman, tamanho 12; papel tamanho A4; margem superior e inferior com 2,5 cm; margem esquerda e direita com 3 cm; espaçamento 1,5 cm entre linhas; alinhamento justificado; título em maiúsculo/negrito com alinhamento centralizado; nome(s) do(s) autor(es) e instituição(ões) com alinhamento à direita.

Normas para preenchimento da ficha de inscrição (sugestão):

A ficha de inscrição deve ser devidamente preenchida e anexada ao e-mail seminarioneab@gmail.com, juntamente com o resumo do trabalho.

Normas para o pôster (sugestão):

O pôster deverá possuir as seguintes dimensões: 0,90 m de largura x 1,20 m de comprimento. Conteúdo: título, autor(es), introdução, objetivos do trabalho, resumo da metodologia utilizada, principais resultados, discussão e conclusões. Os pôsteres serão fixados em locais definidos pela comissão organizadora e serão retirados ao final da apresentação, pelos autores.

O responsável pelo recebimento dos trabalhos deverá tabulá-los de acordo com os eixos temáticos e as modalidades de apresentação.

Baixe as normas e os eixos temáticos aqui

Equipe Neab

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Informe #1: IV Seminário de Educação das Relações Raciais Afro-brasileiras

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) convida a todos os profissionais de educação, e também alunos Unversidade e de outras instituições, para paraticipar do IV Seminário de Educação das Relações Raciais Afro-brasileiras que se realizará nos dias 08, 09 e 10 de novembro de 2011.

As incrições para participação e  envio de trabalhos para ser apresentado no seminário já estão abertas. (Ficha de incrição aqui)

O Neab receberá as incrições dos trabalhos (temáticas abaixo) até 20/10, e as incrições para participação do seminário até o dia 30/10.

 A ficha de incrição deve ser enviada para o e-mail seminarioneab@gmail.com, mais informações pelo telefone (27) 4009.2957.

Eixos Temáticos:

Eixo 1 – Cultura, Memória e Territorialidade.
Eixo 2 – A Dimensão Afro-Brasileira do Currículo.
Eixo 3 – Violência e Relações Etnicorraciais.
Eixo 4 – Perspectivas e Contextos da Efetivação da Lei 10.639/03.
Eixo 5 – As Religiões de Matriz Africana.
Eixo 6 – Diversidade, Educação e Relações Etnicorraciais.
Eixo 7 – Arte e Educação Etnicorracial: Processos Artísticos e Culturais.
Eixo 8 – Saúde da População Negra.
Eixo 9 – Formação de Educadores na Perspectiva Etnicorracial.




Equipe Neab



segunda-feira, 9 de maio de 2011

1º CICLO DE PALESTRAS "FORMAÇÃO PARA AS RELAÇÕES ETNICORRACIAIS", de maio a julho de 2011.


Agendem-se!
 Programação:

13 de maio de 2011, com tema História e cultura Afro-Brasileira e Africana com oDr.Amauri Mendes. Local: Casa do Cidadão - Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos (SEMCID). Avenida Maruípe, nº 2.544, Itararé (Ao lado do Clube Caxias).

03 de junho de 2011, com o tema Ações Afirmativas com o Dr. Ahyas Syss.
Local: Prefeitura Municipal de Vitória, Auditório Zemar Moreira Lima, Av. Marechal Mascarenhas de Moraes – Beira Mar, 1927, Bento Ferreira, Vitória (Em frente ao Clube Álvares Cabral).

01 de julho de 2011, com o tema Violência e Relações Raciais com o  MS. Washington Siqueira.
Local: Prefeitura Municipal de Vitória, Auditório Zemar Moreira Lima, Av. Marechal Mascarenhas de Moraes – Beira Mar, 1927, Bento Ferreira, Vitória (Em frente ao Clube Álvares Cabral).

29 de julho de 2011, com o tema Territórios Quilombolas, com o Dr. Osvaldo Martins Oliveira.
Local: Prefeitura Municipal de Vitória, Auditório Zemar Moreira Lima, Av. Marechal Mascarenhas de Moraes – Beira Mar, 1927, Bento Ferreira, Vitória (Em frente ao Clube Álvares Cabral).

Os encontros acontecerão de maio a julho de 2011, nos locais indicados, com início às 18 horas.

INSCRIÇÕES
CEAFRO/SEME DE VITÓRIA 
3135-1035

Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros – NEAB - UFES
Comissão de Estudos Afro-Brasileiros – CEAFRO - VITÓRIA

segunda-feira, 18 de abril de 2011

AGENDE-SE: CRONOGRAMA DAS AULAS DE DANÇA-AFRO COM O PROF. CLÁUDIO NASCIMENTO

A proposta de realização das aulas de dança-afro surgiu do Prof. Cláudio Nascimento - o Chaminé da capoeira -, que durante seis anos de vindas e idas Rio-Vitória para treinar o grupo de capoeira Volta ao Mundo estimulou-se em 'montar' um grupo de dança-afro no Estado. A proposta não tem vínculo acadêmico, surgiu de uma proposição do Prof. Cláudio para com o NEAB - UFES, que buscou parceria do Centro de Educação Física, para a concessão do espaço físico para a realização das aulas.

Como informado na divulgação, os nossos encontros de dança com o professor serão quinzenais! Solicitamos que agendem-se  para os encontros que terão início em maio, na sala de dança nº 10, do Centro de Educação Física - UFES, nos horários de 17 às 18h30.

Segue a agenda: 

  • 06 e 20 de Maio, 
  • 03 e 17 de Junho, 
  • 01 e 15 de Julho.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Coordenadora do NEAB recebe a comenda Chico Prego em sessão solene que contou com a presença da Ministra Luiza Helena Bairros (SEPPIR)


No último dia 17 de março a coordenadora do NEAB/UFES e diretora do Centro de Educação - UFES, Maria Aparecida Santos Corrêa Barreto foi homenagiada na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, a coordenadora recebeu do dep. estadual Roberto Carlos (PT) a comenda Chico Prego entregue apenas  a personalidades ou organizações que se destinam ao combate do racismo e ações em prol da população negra.

A sessão solene realizada contou com representantes do movimento negro e algumas autoridades entre elas a secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - Luiza Helena Bairros  que recebeu a comenda Chico Prego e discursou para os espírito-santense, agradecendo com orgulho e ressaltando a importância de políticas locais para diminuição de mazelas sofridas aos afrodescendentes.

http://www.seppir.gov.br/noticias/ultimas_noticias/2011/03/museu-do-negro-e-restaurado-em-vitoria
http://http://www.al.es.gov.br/portal/frmShowContent.aspx?i=27479

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Carta aberta ao Ziraldo

Caro Ziraldo,



Olho a triste figura de Monteiro Lobato abraçado a uma mulata, estampada nas camisetas do bloco carnavalesco carioca "Que merda é essa?" e vejo que foi obra sua. Fiquei curiosa para saber se você conhece a opinião de Lobato sobre os mestiços brasileiros e, de verdade, queria que não. Eu te respeitava, Ziraldo. Esperava que fosse o seu senso de humor falando mais alto do que a ignorância dos fatos, e por breves momentos até me senti vingada. Vingada contra o racismo do eugenista Monteiro Lobato que, em carta ao amigo Godofredo Rangel, desabafou: "(...)Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. “Que foi?” “Desastre na Central.” Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!..." (em "A barca de Gleyre". São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133).


Ironia das ironias, Ziraldo, o nome do livro de onde foi tirado o trecho acima é inspirado em um quadro do pintor suíço Charles Gleyre (1808-1874), Ilusões Perdidas. Porque foi isso que aconteceu. Porque lendo uma matéria sobre o bloco e a sua participação, você assim o endosse: "Para acabar com a polêmica, coloquei o Monteiro Lobato sambando com uma mulata. Ele tem um conto sobre uma neguinha que é uma maravilha. Racismo tem ódio. Racismo sem ódio não é racismo. A ideia é acabar com essa brincadeira de achar que a gente é racista". A gente quem, Ziraldo? Para quem você se (auto) justifica? Quem te disse que racismo sem ódio, mesmo aquele com o "humor negro" de unir uma mulata a quem grande ódio teve por ela e pelo que ela representava, não é racismo? Monteiro Lobato, sempre que se referiu a negros e mulatos, foi com ódio, com desprezo, com a certeza absoluta da própria superioridade, fazendo uso do dom que lhe foi dado e pelo qual é admirado e defendido até hoje. Em uma das cartas que iam e vinham na barca de Gleyre (nem todas estão publicadas no livro, pois a seleção foi feita por Lobato, que as censurou, claro) com seu amigo Godofredo Rangel, Lobato confessou que sabia que a escrita "é um processo indireto de fazer eugenia, e os processos indiretos, no Brasil, 'work' muito mais eficientemente".


Lobato estava certo. Certíssimo. Até hoje, muitos dos que o leram não vêem nada de errado em seu processo de chamar negro de burro aqui, de fedorento ali, de macaco acolá, de urubu mais além. Porque os processos indiretos, ou seja, sem ódio, fazendo-se passar por gente boa e amiga das crianças e do Brasil, "work" muito bem. Lobato ficou frustradíssimo quando seu "processo" sem ódio, só na inteligência, não funcionou com os norte-americanos, quando ele tentou em vão encontrar editora que publicasse o que considerava ser sua obra prima em favor da eugenia e da eliminação, via esterilização, de todos os negros. Ele falava do livro O presidente negro ou o choque das raças" que, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, país daquele povo que odeia negros, como você diz, Ziraldo, foi publicado no Brasil. Primeiro em capítulos no jornal carioca A Manhã, do qual Lobato era colaborador, e logo em seguida em edição da Editora Companhia Nacional, pertencente a Lobato. Tal livro foi dedicado secretamente ao amigo e médico eugenista Renato Kehl, em meio à vasta e duradoura correspondência trocada pelos dois: “Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (...) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha".


Impossibilitado de colher os frutos dessa poda nos EUA, Lobato desabafou com Godofredo Rangel: "Meu romance não encontra editor. [...]. Acham-no ofensivo à dignidade americana, visto admitir que depois de tantos séculos de progresso moral possa este povo, coletivamente, cometer a sangue frio o belo crime que sugeri. Errei vindo cá tão verde. Devia ter vindo no tempo em que eles linchavam os negros." Tempos depois, voltou a se animar: "Um escândalo literário equivale no mínimo a 2.000.000 dólares para o autor (...) Esse ovo de escândalo foi recusado por cinco editores conservadores e amigos de obras bem comportadas, mas acaba de encher de entusiasmo um editor judeu que quer que eu o refaça e ponha mais matéria de exasperação. Penso como ele e estou com idéias de enxertar um capítulo no qual conte a guerra donde resultou a conquista pelos Estados Unidos do México e toda essa infecção spanish da América Central. O meu judeu acha que com isso até uma proibição policial obteremos - o que vale um milhão de dólares. Um livro proibido aqui sai na Inglaterra e entra boothegued como o whisky e outras implicâncias dos puritanos". Lobato percebeu, Ziraldo, que talvez devesse apenas exasperar-se mais, ser mais claro em suas ideias, explicar melhor seu ódio e seu racismo, não importando a quem atingiria e nem por quanto tempo perduraria, e nem o quão fundo se instalaria na sociedade brasileira. Importava o dinheiro, não a exasperação dos ofendidos. 2.000.000 de dólares, ele pensava, por um ovo de escândalo. Como também foi por dinheiro que o Jeca Tatu, reabilitado, estampou as propagandas do Biotônico Fontoura.


Você sabe que isso dá dinheiro, Ziraldo, mesmo que o investimento tenha sido a longo prazo, como ironiza Ivan Lessa: "Ziraldo, o guerrilheiro do traço, está de parabéns. Finalmente o governo brasileiro tomou vergonha na cara e acabou de pagar o que devia pelo passe de Jeremias, o Bom, imortal personagem criado por aquele que também é conhecido como “o Lamarca do nanquim”. Depois do imenso sucesso do calunguinha nas páginas de diversas publicações, assim como também na venda de diversos produtos farmacêuticos, principalmente doenças da tireóide, nos idos de 70, Ziraldo, cognominado ainda nos meios esclarecidos como “o subversivo da caneta Pilot”, houve por bem (como Brutus, Ziraldo é um homem de bem; são todos uns homens de bem – e de bens também) vender a imagem de Jeremias para a loteca, ou seja, para a Caixa Econômica Federal (federal como em República Federativa do Brasil) durante o governo Médici ou Geisel (os déspotas esclarecidos em muito se assemelham, sendo por isso mesmo intercambiáveis)".


No tempo em que linchavam negros, disse Lobato, como se o linchamento ainda não fosse desse nosso tempo. Lincham-se negros nas ruas, nas portas dos shoppings e bancos, nas escolas de todos os níveis de ensino, inclusive o superior. O que é até irônico, porque Lobato nunca poderia imaginar que chegariam lá. Lincham-se negros, sem violência física, é claro, sem ódio, nos livros, nos artigos de jornais e revistas, nos cartoons e nas redes sociais, há muitos e muitos carnavais. Racismo não nasce do ódio ou amor, Ziraldo, sendo talvez a causa e não a consequência da presença daquele ou da ausência desse. Racismo nasce da relação de poder. De poder ter influência ou gerência sobre as vidas de quem é considerado inferior. "Em que estado voltaremos, Rangel," se pergunta Lobato, ao se lembrar do quadro para justificar a escolha do nome do livro de cartas trocadas, "desta nossa aventura de arte pelos mares da vida em fora? Como o velho de Gleyre? Cansados, rotos? As ilusões daquele homem eram as velas da barca – e não ficou nenhuma. Nossos dois barquinhos estão hoje cheios de velas novas e arrogantes, atadas ao mastro da nossa petulância. São as nossas ilusões". Ah, Ziraldo, quanta ilusão (ou seria petulância? arrogância; talvez? sensação de poder?) achar que impor à mulata a presença de Lobato nessa festa tipicamente negra, vá acabar com a polêmica e todos poderemos soltar as ancas e cada um que sambe como sabe e pode. Sem censura. Ou com censura, como querem os quemerdenses. Mesmo que nesse do Caçadas de Pedrinho a palavra censura não corresponda à verdade, servindo como mero pretexto para manifestação de discordância política, sem se importar com a carnavalização de um tema tão dolorido e tão caro a milhares de brasileiros. E o que torna tudo ainda mais apelativo é que o bloco aponta censura onde não existe e se submete, calado, ao pedido da prefeitura para que não use o próprio nome no desfile. Não foi assim? Você não teve que escrever "M*" porque a palavra "merda" foi censurada? Como é que se explica isso, Ziraldo? Mente-se e cala-se quando convém? Coerência é uma questão de caráter.


O que o MEC solicita não é censura. É respeito aos Direitos Humanos. Ao direito de uma criança negra em uma sala de aula do ensino básico e público, não se ver representada (sim, porque os processos indiretos, como Lobato nos ensinou, "work" muito mais eficientemente) em personagens chamados de macacos, fedidos, burros, feios e outras indiretas mais. Você conhece os direitos humanos, inclusive foi o artista escolhido para ilustrar a Cartilha de Direitos Humanos encomendada pela Presidência da República, pelas secretarias Especial de Direitos Humanos e de Promoção dos Direitos Humanos, pela ONU, a UNESCO, pelo MEC e por vários outros órgãos. Muitos dos quais você agora desrespeita ao querer, com a sua ilustração, acabar de vez com a polêmica causada por gente que estudou e trabalhou com seriedade as questões de educação e desigualdade racial no Brasil. A adoção do Caçadas de Pedrinho vai contra a lei de Igualdade Racial e o Estatuto da Criança e do Adolescente, que você conhece e ilustrou tão bem. Na página 25 da sua Cartilha de Direitos Humanos, está escrito: "O único jeito de uma sociedade melhorar é caprichar nas suas crianças. Por isso, crianças e adolescentes têm prioridade em tudo que a sociedade faz para garantir os direitos humanos. Devem ser colocados a salvo de tudo que é violência e abuso. É como se os direitos humanos formassem um ninho para as crianças crescerem." Está lá, Ziraldo, leia de novo: "crianças e adolescentes têm prioridade". Em tudo. Principalmente em situações nas quais são desrespeitadas, como na leitura de um livro com passagens racistas, escrito por um escritor racista com finalidades racistas. Mas você não vê racismo e chama de patrulhamento do politicamente correto e censura. Você está pensando nas crianças, Ziraldo? Ou com medo de que, se a moda pega, a "censura" chegue ao seu direito de continuar brincando com o assunto? "Acho injusto fazer isso com uma figura da grandeza de Lobato", você disse em uma reportagem. E com as crianças, o público-alvo que você divide com Lobato, você acha justo? Sim, vocês dividem o mesmo público e, inclusive, alguns personagens, como uma boneca e pano e o Saci, da sua Turma do Pererê. Medo de censura, Ziraldo, talvez aos deslizes, chamemos assim, que podem ser cometidos apenas porque se acostuma a eles, a ponto de pensar que não são, de novo chamemos assim, deslizes.


A gente se acostuma, Ziraldo. Como o seu menino marrom se acostumou com as sandálias de dedo: "O menino marrom estava tão acostumado com aquelas sandálias que era capaz de jogar futebol com elas, apostar corridas, saltar obstáculos sem que as sandálias desgrudassem de seus pés. Vai ver, elas já faziam parte dele" (ZIRALDO, 1986,p. 06, em O Menino Marrom). O menino marrom, embora seja a figura simpática e esperta e bonita que você descreve, estava acostumado e fadado a ser pé-de-chinelo, em comparação ao seu amigo menino cor-de-rosa, porque "(...) um já está quase formado e o outro não estuda mais (...). Um já conseguiu um emprego, o outro foi despedido do quinto que conseguiu. Um passa seus dias lendo (...), um não lê coisa alguma, deixa tudo pra depois (...). Um pode ser diplomata ou chofer de caminhão. O outro vai ser poeta ou viver na contramão (...). Um adora um som moderno e o outro – Como é que pode? – se amarra é num pagode. (...) Um é um cara ótimo e o outro, sem qualquer duvida, é um sujeito muito bom. Um já não é mais rosado e o outro está mais marrom" (ZIRALDO, 1986, p.31). O menino marrom, ao crescer, talvez virasse marginal, fado de muito negro, como você nos mostra aqui: "(...) o menino cor-de-rosa resolveu perguntar: por que você vem todo o dia ver a velhinha atravessar a rua? E o menino marrom respondeu: Eu quero ver ela ser atropelada" (ZIRALDO, 1986, p.24), porque a própria professora tinha ensinado para ele a diferença e a (não) mistura das cores. Então ele pensou que "Ficar sozinho, às vezes, é bom: você começa a refletir, a pensar muito e consegue descobrir coisas lindas. Nessa de saber de cor e de luz (...) o menino marrom começou a entender porque é que o branco dava uma idéia de paz, de pureza e de alegria. E porque razão o preto simbolizava a angústia, a solidão, a tristeza. Ele pensava: o preto é a escuridão, o olho fechado; você não vê nada. O branco é o olho aberto, é a luz!" (ZIRALDO, 1986, p.29), e que deveria se conformar com isso e não se revoltar, não ter ódio nenhum ao ser ensinado que, daquela beleza, pureza e alegria que havia na cor branca, ele não tinha nada. O seu texto nos ensina que é assim, sem ódio, que se doma e se educa para que cada um saiba o seu lugar, com docilidade e resignação: "Meu querido amigo: Eu andava muito triste ultimamente, pois estava sentindo muito sua falta. Agora estou mais contente porque acabo de descobrir uma coisa importante: preto é, apenas, a ausência do branco" (ZIRALDO, 1986, p.30).


Olha que interessante, Ziraldo: nós que sabemos do racismo confesso de Lobato e conseguimos vê-lo em sua obra, somos acusados por você de "macaquear" (olha o termo aí) os Estados Unidos, vendo racismo em tudo. "Macaqueando" um pouco mais, será que eu poderia também acusá-lo de estar "macaqueando" Lobato, em trechos como os citados acima? Sem saber, é claro, mas como fruto da introjeção de um "processo" que ele provou que "work" com grande eficiência e ao qual podemos estar todos sujeitos, depois de sermos submetidos a ele na infância e crescermos em uma sociedade na qual não é combatido. Afinal, há quem diga que não somos racistas. Que quem vê o racismo, na maioria os negros, que o sofrem, estão apenas "macaqueando". Deveriam ficar calados e deixar dessa bobagem. Deveriam se inspirar no menino marrom e se resignarem. Como não fazem muitos meninos e meninas pretos e marrons, aqueles que são a ausência do branco, que se chateiam, que se ofendem, que sofrem preconceito nas ruas e nas escolas e ficam doídos, pensando nisso o tempo inteiro, pensando tanto nisso que perdem a vontade de ir à escola, começam a tirar notas baixas porque ficam matutando, ressentindo, a atenção guardadinha lá debaixo da dor. E como chegam à conclusão de que aquilo não vai mudar, que não vão dar em nada mesmo, que serão sempre pés-de-chinelo, saem por aí especializando-se na arte de esperar pelo atropelamento de velhinhas.

Racismo é um dos principais fatores responsáveis pela limitada participação do negro no sistema escolar, Ziraldo, porque desvia o foco, porque baixa a auto-estima, porque desvia o foco das atividades, porque a criança fica o tempo todo tendo que pensar em como não sofrer mais humilhações, e o material didático, em muitos casos, não facilita nada a vida delas. E quando alguma dessas crianças encontra um jeito de fugir a esse destino, mesmo que não tenha sido através da educação, fica insuportável e merece o linchamento público e exemplar, como o sofrido por Wilson Simonal. Como exemplo, temos a sua opinião sobre ele: "Era tolo, se achava o rei da cocada preta, coitado. E era mesmo. Era metido, insuportável". Sabe, Ziraldo, é por causa da perpetuação de estereótipos como esses que às vezes a gente nem percebe que eles estão ali, reproduzidos a partir de preconceitos adquiridos na infância, que a SEPPIR pediu que o MEC reavaliasse a adoção de Caçadas de Pedrinho. Não a censura, mas a reavaliação. Uma nota, talvez, para ser colocada junto com as outras notas que já estão lá para proteger os direitos das onças de não serem caçadas e o da ortografia, de evoluir. Já estão lá no livro essas duas notas e a SEPPIR pede mais uma apenas, para que as crianças e os adolescentes sejam "colocados a salvo de tudo que é violência e abuso", como está na cartilha que você ilustrou. Isso é um direito delas, como seres humanos. É por isso que tem gente lutando, como você também já lutou por direitos humanos e por reparação. É isso que a SEPPIR pede: reparação pelos danos causados pela escravidão e pelo racismo.

Assim você se defendeu de quem o atacou na época em que conseguiu fazer valer os seus direitos: "(…) Espero apenas que os leitores (que o criticam) não tenham sua casa invadida e, diante de seus filhos, sejam seqüestrados por componentes do exército brasileiro pelo fato de exercerem o direito de emitir sua corajosa opinião a meu respeito, eu, uma figura tão poderosa”. Ziraldo, você tem noção do que aconteceu com os, citando Lobato, "negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão", e do que acontece todos os dias com seus descendentes em um país que naturalizou e, paradoxalmente, nega o seu racismo? De quantos já morreram e ainda morrem todos os dias porque tem gente que não os leva a sério? Por causa do racismo é bem difícil que essa gente fadada a ser pé-de-chinelo a vida inteira, essas pessoas dos subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal, - porque nelas está a ausência do branco, esse povo todo representado pela mulata dócil que você faz sorrir nos braços de um dos escritores mais racistas e perversos e interesseiros que o Brasil já teve, aquele que soube como ninguém que um país (racista) também de faz de homens e livros (racistas), por causa disso tudo, Ziraldo, é que eu ia dizendo ser quase impossível para essa gente marrom, herdeira dessa gente de cor que simboliza a angústia, a solidão, a tristeza, gerar pessoas tão importantes quanto você, dignas da reparação (que nem é financeira, no caso) que o Brasil também lhes deve: respeito. Respeito que precisou ser ancorado em lei para que tivesse validade, e cuja aplicação você chama de censura.


Junto com outros grandes nomes da literatura infantil brasileira, como Ana Maria Machado e Ruth Rocha, você assinou uma carta que, em defesa de Lobato e contra a censura inventada pela imprensa, diz: "Suas criações têm formado, ao longo dos anos, gerações e gerações dos melhores escritores deste país que, a partir da leitura de suas obras, viram despertar sua vocação e sentiram-se destinados, cada um a seu modo, a repetir seu destino. (...) A maravilhosa obra de Monteiro Lobato faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças. Nenhum de nós, nem os mais vividos, têm conhecimento de que os livros de Lobato nos tenham tornado pessoas desagregadas, intolerantes ou racistas. Pelo contrário: com ele aprendemos a amar imensamente este país e a alimentar esperança em seu futuro. Ela inaugura, nos albores do século passado, nossa confiança nos destinos do Brasil e é um dos pilares das nossas melhores conquistas culturais e sociais." É isso. Nos livros de Lobato está o racismo do racista, que ninguém vê, que vocês acham que não é problema, que é alicerce, que é necessário à formação das nossas futuras gerações, do nosso futuro. E é exatamente isso. Alicerce de uma sociedade que traz o racismo tão arraigado em sua formação que não consegue manter a necessária distância do foco, a necessário distância para enxergá-lo. Perpetuar isso parece ser patriótico, esse racismo que "faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças." Sabe o que Lobato disse em carta ao seu amigo Poti, nos albores do século passado, em 1905? Ele chamava de patriota o brasileiro que se casasse com uma italiana ou alemã, para apurar esse povo, para acabar com essa raça degenerada que você, em sua ilustração, lhe entrega de braços abertos e sorridente. Perpetuar isso parece alimentar posições de pessoas que, mesmo não sendo ou mesmo não se achando racistas, não se percebem cometendo a atitude racista que você ilustrou tão bem: entregar essas crianças negras nos braços de quem nem queria que elas nascessem. Cada um a seu modo, a repetir seu destino. Quem é poderoso, que cobre, muito bem cobrado, seus direitos; quem não é, que sorria, entre na roda e aprenda a sambar.


Peguei-o para bode expiatório, Ziraldo? Sim, sempre tem que ter algum. E, sem ódio, espero que você não queira que eu morra por te criticar. Como faziam os racistas nos tempos em quem ainda linchavam negros. Esses abusados que não mais se calam e apelam para a lei ao serem chamados de "macaco", "carvão", "fedorento", "ladrão", "vagabundo", "coisa", "burro", e que agora querem ser tratados como gente, no concerto dos povos. Esses que, ao denunciarem e quererem se livrar do que lhes dói, tantos problemas criam aqui, nesse país do futuro. Em uma matéria do Correio Braziliense você disse que "Os americanos odeiam os negros, mas aqui nunca houve uma organização como a Ku Klux Klan. No Brasil, onde branco rico entra, preto rico também entra. Pelé nunca foi alvo de uma manifestação de ódio racial. O racismo brasileiro é de outra natureza. Nós somos afetuosos”. Se dependesse de Monteiro Lobato, o Brasil teria tido sua Ku-Klux-Klan, Ziraldo. Leia só o que ele disse em carta ao amigo Arthur Neiva, enviada de Nova Iorque em 1928, querendo macaquear os brancos norte-americanos: "Diversos amigos me dizem: Por que não escreve suas impressões? E eu respondo: Porque é inútil e seria cair no ridículo. Escrever é aparecer no tablado de um circo muito mambembe, chamado imprensa, e exibir-se diante de uma assistência de moleques feeble-minded e despidos da menos noção de seriedade. Mulatada, em suma. País de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Kux-Klan é país perdido para altos destinos. André Siegfred resume numa frase as duas atitudes. "Nós defendemos o front da raça branca - diz o sul - e é graças a nós que os Estados Unidos não se tornaram um segundo Brasil". Um dia se fará justiça ao Kux-Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destroem (sic) a capacidade construtiva." Fosse feita a vontade de Lobato, Ziraldo, talvez não tivéssemos a imprensa carioca, talvez não tivéssemos você. Mas temos, porque, como você também diz, "o racismo brasileiro é de outra natureza. Nós somos afetuosos." Como, para acabar com a polêmica, você nos ilustra com o desenho para o bloco quemerdense. Olho para o rosto sorridente da mulata nos braços de Monteiro Lobato e quase posso ouvi-la dizer: "Só dói quando eu rio".

Com pesar, e em retribuição ao seu afeto,

Ana Maria Gonçalves

Negra, escritora, autora de Um defeito de cor.
 
Fonte:
 http://www.idelberavelar.com/archives/2011/02/carta_aberta_ao_ziraldo_por_ana_maria_goncalves.php

Ufes assina protocolo de intenções para projetos sociais

Enriquecer o imaginário para construção da subjetividade, promoção da ética e da aproximação solidária entre as pessoas”. Esse é o norte que guia o programa Fazer Brasil, cuja missão é promover a cidadania entre jovens em situação de risco aproximando-os do esporte e da arte. Nesta última terça-feira, dia 15 de fevereiro, o reitor da Ufes, Rubens Rasseli, reuniu-se com representantes de organizações públicas e privadas para iniciarem a solenidade que culminou na assinatura coletiva do protocolo de intenções do programa, no qual se comprometem a trilhar nesse caminho. O dever da universidade para com o bem estar social foi reforçado nessa tarde.

O Fazer Brasil parte do pressuposto de que as investidas agressivas da administração pública, representadas pela atuação das polícias e pelo aumento progressivo da população carcerária, jamais serão capazes de solucionar dignamente a questão da violência enquanto a sociedade e o poder público não se voltarem para as populações de risco com olhar e atitudes humanizadores e, pelo contrário, incorrem no risco de colaborarem com a marginalização da pobreza, uma tendência perigosa que se alastra em nosso país. Na contramão dessas posturas, o programa no qual a Ufes se insere pretende desenvolver atividades que promovam a arte, o esporte e a consciência social como forma de atrair o jovem capixaba para a dignidade que lhe é devida. O foco do projeto são jovens de 10 a 21 anos, moradores de regiões carentes.

Entre as principais inciativas do Fazer Brasil estão o ensino de música, artes plásticas, futebol, poesia, além dos cursos de Justiça Restaurativa, a serem implantados em áreas de risco da Grande Vitória com o auxílio da Ufes. Também participam do projeto as instituições de ensino Faculdade Estácio de Sá e Faculdade de Música do Espírito Santo, além de contarem com o apoio do Instituto de Atendimento Sócio-Educativo do Espírito Santo, da Associação Capixaba de Desenvolvimento e Inclusão Social, do Ministério Público e do Tribunal de Justiça.

Fonte: Site UFES

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia- IPAC disponibiliza Estudos sobre a Cultura Afro-Brasileira

Acesse os Cadernos IPAC 



CADERNOS DO IPAC – 1
PANO DA COSTA – A história e a tradiçao dos panos da costa

O livro Pano da Costa reúne artigos de historiadores, sociólogos e especialistas do IPAC, além de artistas plásticos e artesãos, constituindo importante estudo sobre a história e o método de tecelagem dessa peça têxtil. O pano da costa foi o principal produto africano exportado e consumido na Bahia nos séculos 18 e 19, uma referência cultural para as nações da costa oeste da África e indumentária sagrada para candomblés baianos.


 CADERNOS DO IPAC – 2
BOA MORTE – Uma irmandade e uma tradição

O livro é composto por 120 páginas, 18 fotografias, no formato de 21 por 29,7 centímetros, fechado. Dentre os textos e capítulos estão artigo sobre Metodologia de autoria da coordenadora de Educação Patrimonial do IPAC, Ednalva Queiroz, texto intitulado “Cachoeira: ponto de confluência do Recôncavo Baiano” de Magnair Barbosa, que também escreve o artigo “Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte: entre o Aiyê e o Orum”. Magnair contribui, ainda, com “Organização hierárquica e relação de poder”. O livro é finalizado com os depoimentos das irmãs da Irmandade da Boa Morte e com o parecer técnico que permitiu o registro oficial da Festa da Boa Morte como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, de autoria de Mateus Torres, gerente de Pesquisa e Legislação do IPAC.



 CADERNOS DO IPAC – 3
MARAGOGIPE – Uma das joias da bacia do Rio Paraguaçu

Com cerca de 120 páginas, 18 fotografias, no formato de 21 por 29,7 centímetros, fechado e artigos inéditos, entre os quais textos da antropóloga Nívea Santos, da historiadora Magnair Barbosa e parecer técnico do sociólogo Lula Rosa, o livro tem como objetivo difundir, salvaguardar a memória e provocar reflexão sobre essa manifestação cultural que tem mais de 100 anos de existência. Com três dias de duração o festejo mescla influências culturais tendo cânticos e instrumentos afro-brasileiros, além de caretas e pierrôs que desfilam pelas ruas remetendo ao carnaval europeu do século 19.

CADERNOS DO IPAC – 4
AFOXÉS Afoxé – Uma manifestação herdada da África
O livro reúne artigos inéditos, documentos antigos, fotos, depoimentos e imagens de carnavais, um apanhado da história dessa importante manifestação cultural. Também chamado de candomblé de rua, por evidenciar e reconfigurar símbolos, posturas, cantos, ritmos, danças e outras manifestações religiosas trazidas por escravos negros, O Desfile dos Afoxés é caratecrizado pelo cortejo de rua que sai durante o carnaval. Em geral, os integrantes e fundadores de grupos de Afoxés do carnaval são vinculados a terreiros de candomblé.

CADERNOS DO IPAC – 5
SANTA BARBARA – Um estudo sobre Iansã
 
Com 78 páginas, 24 fotos e mapas, livro conta os 300 anos de história da Festa de Santa Bárbara, com artigos inéditos sobre a santa católica, a deusa yorubá Oyá e a devoção que atrai milhares de pessoas de vários lugares do Brasil e do mundo, para a manifestação que acontece no Centro Histórico de Salvador todos os dias 4 de dezembro. O livro reúne textos que fundamentaram o registro da manifestação cultural como patrimônio intangível decretado pelo Estado da Bahia. A Festa de Santa Bárbara remonta ao ano de 1639, quando o casal Francisco Pereira e Andressa Araújo construiu capela devocional no comércio às margens da Baía de Todos os Santos, em Salvador.